Brasileiros atacados no Suriname não correm risco de morte, diz Itamaraty
Os quatro brasileiros que foram atacados, no último dia 24, por quilombolas no Suriname, e que ainda estavam internados em hospitais locais, não correm risco de morte, segundo o Ministério de Relações Exteriores. Um dos brasileiros foi liberado na tarde de hoje (28), e os demais permanecem sob observação médica.
O embaixador do Brasil no Suriname, José Luiz Machado e Costa, e mais três funcionários do ministério identificaram mais um brasileiro que teria sido atacado na véspera de Natal, mas o seu estado de saúde ainda está sendo analisado, de acordo com diplomatas.
Sete pessoas estão desaparecidas. Para os integrantes da comunidade brasileira que vivem na Região de Albina, é possível que entre elas existam brasileiros. Mas o Ministério de Relações Exteriores informou que até agora não há dados sobre isso.
De acordo com a Embaixada do Brasil no Suriname, a situação na Região de Albina já está retornando à normalidade. Nesta segunda-feira (28), mais uma vez o embaixador e um grupo de funcionários do Itamaraty percorreram hospitais e hotéis em busca de informações.
Ataque na noite de natal
Na noite de Natal, cerca de 200 garimpeiros entre brasileiros e chineses foram atacados na região da cidade de Albina, a 150 quilômetros da capital do Suriname. As tensões entre os quilombolas ou os chamados "maroni" ou "marrons" do Suriname - na região fronteiriça com a Guiana Francesa - são permanentes.
A região de Albina é um dos principais focos de exploração de garimpo. Em todo Suriname, vivem cerca de 15 mil brasileiros - a maioria sem documentação. De acordo com diplomatas, os habitantes do Suriname reclamam que os estrangeiros, mesmo sem documentos legais e sem pagar impostos, usufruem de benefícios no país.
No entanto, há suspeitas de que o conflito tenha sido provocado por um suposto assassinato atribuído a um brasileiro que viveria na região de Albina. Oficialmente, essa versão é negada pelo governo brasileiro, mas a informação é investigada da polícia do Suriname.
Hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o secretário-geral do Itamaraty, Antonio Patriota, e conversou com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon. Durante a conversa, ele foi informado que a polícia do Suriname identificou e recolheu 22 suspeitos de participação no ataque aos brasileiros.
*Com informações de Renata Giraldi, da Agência Brasil